Por vezes temos sorte e nos deparamos com um desses filmes que a crítica não promove, por ser uma produção menor. Metragem pequena, investimento mínimo, temática simples que também não exige dos atores um desempenho extraordinário. Um ensaio de teatro pontual, quase um passatempo doméstico. Temos sorte de que um filme como “Minhas tardes com Margueritte” caia em nossas mãos, e não no esquecimento.
Eis uma miniatura que transpira ternura, arte, cultura, que nos educa e nos torna melhores. Essa é, e não outra, a função da arte. Lembrar-nos as coisas importantes da vida, aquelas que esquecemos por estar ocupados com uma multidão de solicitações que nos acossam diariamente. Foi esse o motivo, conforme conta a mitologia, pelo qual Zeus criou as musas e as artes: para lembrar aos homens o que realmente importa.
Margueritte é uma anciã encantadora de 85 anos, de acordo com o romance de Marie Sabine Roger que embasa o filme, embora a atriz que incarna o papel tenha mais de 95. Quem passa as tardes com ela é Germain Chaze, homem de capacidades limitadas, criatura mal querida pela própria mãe, um fardo gordo e amorfo, puxado com fórceps, que se converte num ônus de por vida. Germain carece de cultura, de formas, ninguém investiu nele, recebeu apenas pancada. Sua cabeça é um terreno baldio como aponta o sugestivo título original em francês: La Tête en Friche . Mas tem um coração proporcional ao seu tamanho, quer bem o próximo, se faz querer, transforma suas deficiências em carinho exuberante, avassalador, envolvente. Esse será o solo fértil do qual a anciã extrairá fecundidade.
O filme pode ser analisado por diferentes ângulos, e o valor biográfico dos anciãos, a delicadeza que emana da relação com os velhos é certamente um deles. Como dizia um bom amigo geriatra e professor universitário, os velhos têm pouca biologia por diante, a sua fisiologia é decadente, mas têm muita biografia. Para cuidar deles é preciso prestar atenção a essa dimensão vital, que se integra também na saúde física. Afinal, não é um filme sobre idosos, ou de como cuidar de uma anciã. É ela, Margueritte quem cuida e educa Germain, e com ele a todos nós. Esse é o panorama que se descortina diante deste filme encantador.
Nestes últimos tempos ando especialmente sensível ao tema da cultura, ou melhor, da aridez cultural, das carências. Confesso que sinto o coração apertado quando descubro que alguém não sabe ler, o que me faz sofrer mais do que ver alguém passar fome, porque a fome teria um remédio acessível, enquanto que a instrução básica é limitadora, incapacitante.
A falta de estudos, os iletrados, como diziam os clássicos, é crueldade que pede remédio, mormente quando se vê que o terreno é ermo, por falta de cultivo, por carecer de cuidados que fariam desabrochar frutos formidáveis. Basta um contato delicado, como Margueritte sabe provocar para que surjam os primeiros resultados. Mas como não é uma criança a que está sendo educados, os efeitos iniciais são dolorosos: a consciência da própria inutilidade. “Careço de modelos, tive de aprender tudo sozinho. Em quinze palavras, digo doze grosserias”. É o lamento de Germain que repara nas limitações que a vida lhe impôs, o maltrato e as humilhações sofridas pela mãe e pelos professores, a ausência de um pai, pois “eu não sou fruto do amor, mas um acidente de percurso”. Os educadores qualificam esta situação como a passagem da incompetência inconsciente (não se sabe nada, mas se desconhece o quanto se ignora), para a incompetência consciente (onde se repara no muito que se ignora, e vem o susto tremendo). “É como dar lentes a um míope, se vê os defeitos, me vejo a mim mesmo, é doloroso”.
Margueritte é uma educadora que não tem pressa, saboreia cada momento desde a perspectiva de uma vida vivida em plenitude, pratica a arte de educar. Porque educar é mais do que quantidade; é provocar experiências inesquecíveis, despertar o interesse, fomentar a reflexão. “Germain, você é um ótimo leitor, porque ler é também escutar. Como as crianças que se acostumam com a leitura em voz alta”. Educar é, antes de tudo, colocar amor e delicadeza no processo que forma os outros.
Daniel Pennac, escritor e educador francês, comenta em sua conhecida obra “ Diário de Escola “, que uma das condições do bom professor é estar preparado para a colisão entre o seu conhecimento e a ignorância do aluno. Uma preparação que deve ser interior e conduz a lembrar “como é não saber as coisas para, colocando-se no lugar do aluno, educar com eficácia desde essa perspectiva”. E ainda acrescenta: “Basta um professor, apenas um! , para nos salvar de nós mesmos, e fazer-nos esquecer dos outros professores que atrapalham. Os professores que me salvaram e que fizeram de mim um professor, não estavam formados para fazê-lo. Não se preocuparam das origens da minha incapacidade, nem perderam tempo buscando as causas. Sentiram urgência, foram atrás de mim, e me tiraram do fundo do poço. Pescaram-me em tempo. Aqueles professores que mudaram minha vida estavam possuídos pela paixão comunicativa da sua matéria. Suas aulas eram atos de comunicação, sem dúvida, mas com um saber dominado até o ponto de que se tornava criação espontânea”.
Diante desta perspectiva, a conclusão simplista é pensar que não se fabricam hoje em dia professores assim. De algum modo isto é verdade. Mas é uma verdade oculta, ou melhor, camuflada pela avalanche de informação, onde todos sabem de tudo rapidamente, on-line, e desse modo vamos empurrando o problema com a barriga. O professor e filósofo espanhol A. Llano descreve em “ Cultura y Pasión “, o receio que lhe provoca visitar universidades que não têm bibliotecas com a falsa desculpa de que agora ‘tudo está na rede’. Escreve: “São dependências da administração pública ou de multinacionais privadas onde a árvore da ciência não passa de ser uma metáfora vazia. Estamos diante da ignorância organizada eficientemente, tecnocraticamente orquestrada e, naturalmente, bilíngue ou trilíngue”.
Vivemos tempos de informação rapidíssima, e de impactos emocionais. As pessoas se comunicam o tempo todo, se emocionam, mas não refletem, nem muito menos escrevem. É pouco o que sobra; e a cultura, que no dizer de alguns é o que resta quando tudo se esquece, reduz-se ao mínimo. Pensam alunos e, o que é mais triste, educadores- que no aperto sempre se pode recorrer à internet, e basta alguma consulta à Wikipédia ou ao Google, para sanar estas deficiências. E ainda chamam isso de pesquisa, em eufemismo grotesco.
A fartura de informação não garante a cultura, quando falta justamente o que o nome implica: cultivar, trabalhar a terra mediante a reflexão que gera ideias próprias. Bem o advertia Ortega y Gasset quando escreve: “A vida é um caos, uma selva, uma confusão. O homem perde-se nela, Mas sua mente reage perante a sensação de naufrágio, e trabalha por encontrar na selva caminhos: ideias claras e firmes sobre o universo, convicções positivas sobre o que são as coisas e o mundo. O conjunto, o sistema dessas coisas é a cultura. É o que nos salva do naufrágio vital”.
Voltamos à Margueritte, mulher delicada, frágil como porcelana, que consegue tirar do rude –que era terra boa- horizontes incríveis. Educação não é volume nem quantidade – já o dissemos antes. A verdadeira educação humanística funciona em pequenas doses, moderadas, assimiláveis, em “ low profile ” por utilizar um termo atual. Pode-se despertar o gosto pela cultura, com um par de leituras bem comentadas, ou contando historias.
E nos perguntamos se ao invés de navegar compulsivamente pela Internet à procura ávida de informação, não seria melhor que os jovens gastassem mais tempo conversando com a própria avó para aprender a peneirar o que realmente é importante. Bom seria ver gente com livros em baixo do braço, como um interlocutor silencioso que espera pacientemente ser convocado. Seria uma esperançosa alternativa para essa fauna de autômatos que brincam com o smartphone e consultam a informação em tempo real, com a mesma dependência que um doente do pulmão carrega o balão de oxigênio.
Borges dizia que mesmo sendo cego, continuava comprando livros, porque precisava rodear-se dessa presença amável. Lembro ter comentado isso com uma aluna quando certo dia me confidenciou ter tido uma sensação nova e agradável: decidiu ir caminhando até o metrô, sem ligar o iPod e…..teve tempo para pensar!
Margueritte leva da mão a Germain, e os sentimentos do homem bronco tomam forma de poesia no final do filme. Um poema que não resisto a transcrever na íntegra e que em francês tem um encanto todo especial. Diz mais ou menos assim: “Foi um encontro pouco corrente entre o amor e a ternura, mais nada". Tinha nome de flor e vivia entre palavras, adjetivos esmerados, verbos que cresciam como a grama; alguns ficavam. Entrou suavemente desde a carcaça até o meu coração. Nas historias de amor, tudo é grande; ás vezes não existe sequer ‘eu te amo’, mas a gente se ama. Foi um encontro pouco ordinário, a conheci por acaso no parque, não ocupava muito, o tamanho de uma pomba com as suas penas, embrulhada em palavras, em nomes, como o meu. Deu-me um livro, depois outro, e as páginas se iluminaram. Não morras ainda, há tempo, espera; não é a hora pequena flor, dá-me um pouco mais de ti, dá-me um pouco mais da tua vida, espera. Nas historias de amor, ás vezes não existe sequer ‘eu tem amo’, mas a gente se ama.”
Leio este poema, o escuto de novo na voz de um soberbo Gérard Depardieu, e me emociono. Tem altura para ser acadêmico da língua francesa. E tudo começou uma tarde num parque, lendo “A Peste” de Camus. Pensar como alguém consegue despertar o amor pela leitura com semelhante obra, me faz concluir o que a obra apontava acima: deve ser mesmo o amor e a paixão por educar. E tenho uma inveja enorme e inspiradora de Margueritte, uma humanista admirável.
Eis uma miniatura que transpira ternura, arte, cultura, que nos educa e nos torna melhores. Essa é, e não outra, a função da arte. Lembrar-nos as coisas importantes da vida, aquelas que esquecemos por estar ocupados com uma multidão de solicitações que nos acossam diariamente. Foi esse o motivo, conforme conta a mitologia, pelo qual Zeus criou as musas e as artes: para lembrar aos homens o que realmente importa.
Margueritte é uma anciã encantadora de 85 anos, de acordo com o romance de Marie Sabine Roger que embasa o filme, embora a atriz que incarna o papel tenha mais de 95. Quem passa as tardes com ela é Germain Chaze, homem de capacidades limitadas, criatura mal querida pela própria mãe, um fardo gordo e amorfo, puxado com fórceps, que se converte num ônus de por vida. Germain carece de cultura, de formas, ninguém investiu nele, recebeu apenas pancada. Sua cabeça é um terreno baldio como aponta o sugestivo título original em francês: La Tête en Friche . Mas tem um coração proporcional ao seu tamanho, quer bem o próximo, se faz querer, transforma suas deficiências em carinho exuberante, avassalador, envolvente. Esse será o solo fértil do qual a anciã extrairá fecundidade.
O filme pode ser analisado por diferentes ângulos, e o valor biográfico dos anciãos, a delicadeza que emana da relação com os velhos é certamente um deles. Como dizia um bom amigo geriatra e professor universitário, os velhos têm pouca biologia por diante, a sua fisiologia é decadente, mas têm muita biografia. Para cuidar deles é preciso prestar atenção a essa dimensão vital, que se integra também na saúde física. Afinal, não é um filme sobre idosos, ou de como cuidar de uma anciã. É ela, Margueritte quem cuida e educa Germain, e com ele a todos nós. Esse é o panorama que se descortina diante deste filme encantador.
Nestes últimos tempos ando especialmente sensível ao tema da cultura, ou melhor, da aridez cultural, das carências. Confesso que sinto o coração apertado quando descubro que alguém não sabe ler, o que me faz sofrer mais do que ver alguém passar fome, porque a fome teria um remédio acessível, enquanto que a instrução básica é limitadora, incapacitante.
A falta de estudos, os iletrados, como diziam os clássicos, é crueldade que pede remédio, mormente quando se vê que o terreno é ermo, por falta de cultivo, por carecer de cuidados que fariam desabrochar frutos formidáveis. Basta um contato delicado, como Margueritte sabe provocar para que surjam os primeiros resultados. Mas como não é uma criança a que está sendo educados, os efeitos iniciais são dolorosos: a consciência da própria inutilidade. “Careço de modelos, tive de aprender tudo sozinho. Em quinze palavras, digo doze grosserias”. É o lamento de Germain que repara nas limitações que a vida lhe impôs, o maltrato e as humilhações sofridas pela mãe e pelos professores, a ausência de um pai, pois “eu não sou fruto do amor, mas um acidente de percurso”. Os educadores qualificam esta situação como a passagem da incompetência inconsciente (não se sabe nada, mas se desconhece o quanto se ignora), para a incompetência consciente (onde se repara no muito que se ignora, e vem o susto tremendo). “É como dar lentes a um míope, se vê os defeitos, me vejo a mim mesmo, é doloroso”.
Margueritte é uma educadora que não tem pressa, saboreia cada momento desde a perspectiva de uma vida vivida em plenitude, pratica a arte de educar. Porque educar é mais do que quantidade; é provocar experiências inesquecíveis, despertar o interesse, fomentar a reflexão. “Germain, você é um ótimo leitor, porque ler é também escutar. Como as crianças que se acostumam com a leitura em voz alta”. Educar é, antes de tudo, colocar amor e delicadeza no processo que forma os outros.
Daniel Pennac, escritor e educador francês, comenta em sua conhecida obra “ Diário de Escola “, que uma das condições do bom professor é estar preparado para a colisão entre o seu conhecimento e a ignorância do aluno. Uma preparação que deve ser interior e conduz a lembrar “como é não saber as coisas para, colocando-se no lugar do aluno, educar com eficácia desde essa perspectiva”. E ainda acrescenta: “Basta um professor, apenas um! , para nos salvar de nós mesmos, e fazer-nos esquecer dos outros professores que atrapalham. Os professores que me salvaram e que fizeram de mim um professor, não estavam formados para fazê-lo. Não se preocuparam das origens da minha incapacidade, nem perderam tempo buscando as causas. Sentiram urgência, foram atrás de mim, e me tiraram do fundo do poço. Pescaram-me em tempo. Aqueles professores que mudaram minha vida estavam possuídos pela paixão comunicativa da sua matéria. Suas aulas eram atos de comunicação, sem dúvida, mas com um saber dominado até o ponto de que se tornava criação espontânea”.
Diante desta perspectiva, a conclusão simplista é pensar que não se fabricam hoje em dia professores assim. De algum modo isto é verdade. Mas é uma verdade oculta, ou melhor, camuflada pela avalanche de informação, onde todos sabem de tudo rapidamente, on-line, e desse modo vamos empurrando o problema com a barriga. O professor e filósofo espanhol A. Llano descreve em “ Cultura y Pasión “, o receio que lhe provoca visitar universidades que não têm bibliotecas com a falsa desculpa de que agora ‘tudo está na rede’. Escreve: “São dependências da administração pública ou de multinacionais privadas onde a árvore da ciência não passa de ser uma metáfora vazia. Estamos diante da ignorância organizada eficientemente, tecnocraticamente orquestrada e, naturalmente, bilíngue ou trilíngue”.
Vivemos tempos de informação rapidíssima, e de impactos emocionais. As pessoas se comunicam o tempo todo, se emocionam, mas não refletem, nem muito menos escrevem. É pouco o que sobra; e a cultura, que no dizer de alguns é o que resta quando tudo se esquece, reduz-se ao mínimo. Pensam alunos e, o que é mais triste, educadores- que no aperto sempre se pode recorrer à internet, e basta alguma consulta à Wikipédia ou ao Google, para sanar estas deficiências. E ainda chamam isso de pesquisa, em eufemismo grotesco.
A fartura de informação não garante a cultura, quando falta justamente o que o nome implica: cultivar, trabalhar a terra mediante a reflexão que gera ideias próprias. Bem o advertia Ortega y Gasset quando escreve: “A vida é um caos, uma selva, uma confusão. O homem perde-se nela, Mas sua mente reage perante a sensação de naufrágio, e trabalha por encontrar na selva caminhos: ideias claras e firmes sobre o universo, convicções positivas sobre o que são as coisas e o mundo. O conjunto, o sistema dessas coisas é a cultura. É o que nos salva do naufrágio vital”.
Voltamos à Margueritte, mulher delicada, frágil como porcelana, que consegue tirar do rude –que era terra boa- horizontes incríveis. Educação não é volume nem quantidade – já o dissemos antes. A verdadeira educação humanística funciona em pequenas doses, moderadas, assimiláveis, em “ low profile ” por utilizar um termo atual. Pode-se despertar o gosto pela cultura, com um par de leituras bem comentadas, ou contando historias.
E nos perguntamos se ao invés de navegar compulsivamente pela Internet à procura ávida de informação, não seria melhor que os jovens gastassem mais tempo conversando com a própria avó para aprender a peneirar o que realmente é importante. Bom seria ver gente com livros em baixo do braço, como um interlocutor silencioso que espera pacientemente ser convocado. Seria uma esperançosa alternativa para essa fauna de autômatos que brincam com o smartphone e consultam a informação em tempo real, com a mesma dependência que um doente do pulmão carrega o balão de oxigênio.
Borges dizia que mesmo sendo cego, continuava comprando livros, porque precisava rodear-se dessa presença amável. Lembro ter comentado isso com uma aluna quando certo dia me confidenciou ter tido uma sensação nova e agradável: decidiu ir caminhando até o metrô, sem ligar o iPod e…..teve tempo para pensar!
Margueritte leva da mão a Germain, e os sentimentos do homem bronco tomam forma de poesia no final do filme. Um poema que não resisto a transcrever na íntegra e que em francês tem um encanto todo especial. Diz mais ou menos assim: “Foi um encontro pouco corrente entre o amor e a ternura, mais nada". Tinha nome de flor e vivia entre palavras, adjetivos esmerados, verbos que cresciam como a grama; alguns ficavam. Entrou suavemente desde a carcaça até o meu coração. Nas historias de amor, tudo é grande; ás vezes não existe sequer ‘eu te amo’, mas a gente se ama. Foi um encontro pouco ordinário, a conheci por acaso no parque, não ocupava muito, o tamanho de uma pomba com as suas penas, embrulhada em palavras, em nomes, como o meu. Deu-me um livro, depois outro, e as páginas se iluminaram. Não morras ainda, há tempo, espera; não é a hora pequena flor, dá-me um pouco mais de ti, dá-me um pouco mais da tua vida, espera. Nas historias de amor, ás vezes não existe sequer ‘eu tem amo’, mas a gente se ama.”
Leio este poema, o escuto de novo na voz de um soberbo Gérard Depardieu, e me emociono. Tem altura para ser acadêmico da língua francesa. E tudo começou uma tarde num parque, lendo “A Peste” de Camus. Pensar como alguém consegue despertar o amor pela leitura com semelhante obra, me faz concluir o que a obra apontava acima: deve ser mesmo o amor e a paixão por educar. E tenho uma inveja enorme e inspiradora de Margueritte, uma humanista admirável.