Na casa das palavras, sonhou Helena Villagra, chegavam os poetas. As
palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se
ofereciam, loucas de vontade de ser escolhidas: elas rogavam aos poetas que as
olhassem, as cheirassem, as tocassem, as provassem. Os poetas abriam os frascos,
provavam palavras com o dedo e então lambiam os lábios ou fechavam a cara. Os
poetas andavam em busca de palavras que não conheciam, e também buscavam
palavras que conheciam e tinham perdido.
Na casa das palavras havia uma mesa das cores. Em grandes travessas as cores eram oferecidas e cada poeta se servia da cor que estava precisando: |
amarelo-limão ou amarelo-sol, azul do mar ou de fumaça, vermelho-lacre,
vermelho-sangue, vermelho-vinho...
|
viernes, 24 de mayo de 2013
A CASA DAS PALABRAS,O LIVRO DOS ABRAÇOS, EDUARDO GALEANO
martes, 7 de mayo de 2013
ACALMA O VENTO, INQUIETA A ALMA
Para onde foste, vento?
Deixaste me só com meus pensamentos
Deixaste me com as canções que não cantei
E levaste contigo quem foi o meu amor
Arrastaste com fúria quem me quis ardentemente
Para onde foste, vento? Para onde?
Onde escondeste, onde ocultaste tudo que te dei?
Atraíste escuras névoas ao longo da tua frenética marcha
E apagaste as estrelas mais brilhantes do infinito
E agora o que tenho senão um céu de breu?
Para onde foste vento? Porque te escondes assim?
Porque que sonegas o espaço e o tempo que me cabe?
Já entendi: deixaste o mar calmo e a alma inquieta
Calma de Mar, maio de 2013
Suscribirse a:
Entradas (Atom)