Na casa das palavras, sonhou Helena Villagra, chegavam os poetas. As
palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se
ofereciam, loucas de vontade de ser escolhidas: elas rogavam aos poetas que as
olhassem, as cheirassem, as tocassem, as provassem. Os poetas abriam os frascos,
provavam palavras com o dedo e então lambiam os lábios ou fechavam a cara. Os
poetas andavam em busca de palavras que não conheciam, e também buscavam
palavras que conheciam e tinham perdido.
Na casa das palavras havia uma mesa das cores. Em grandes travessas as cores eram oferecidas e cada poeta se servia da cor que estava precisando: |
amarelo-limão ou amarelo-sol, azul do mar ou de fumaça, vermelho-lacre,
vermelho-sangue, vermelho-vinho...
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viernes, 24 de mayo de 2013
A CASA DAS PALABRAS,O LIVRO DOS ABRAÇOS, EDUARDO GALEANO
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