lunes, 28 de noviembre de 2011

MEMORIA

Eu estive alí

Posso dar fé, como dou fé

Frente a um escrivão

Sobre minha identidade

Eu estive ali, padeci e vi,

Sobrevivi à dor brutal

Vi, sou testemunha, sou memória

Vi o sangue de meus companheiros

Se derramar na tortura

Ouvi os gritos aterradores

Toquei as feridas molhadas

Vi levarem meus companheiros

Para voarem no pássaro da morte!

Fala minha boca com sangue

Fala minha boca pelas feridas

De meus companheiros que pensaram

Em um mundo melhor

Mais justo

Justo é agora não esquecer

Não há esquecimento, não há perdão

Só justiça

Minha boca ferida, enquanto viva,

Falará deles e seguirá lutando

Com o sangue de minha boca construirei

Uma grande memória para a humanidade

Com o sangue de minha boca

Escrevo estes versos

Enquanto morro estando vivo

Dou fé frente a um escrivão

Como dou minha identidade

Eu estive alí


Poeta de Luna

Buenos Aires 15 de novembro de 2011

Traducción: Fúria do Mar



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