Eu estive alí
Posso dar fé, como dou fé
Frente a um escrivão
Sobre minha identidade
Eu estive ali, padeci e vi,
Sobrevivi à dor brutal
Vi, sou testemunha, sou memória
Vi o sangue de meus companheiros
Se derramar na tortura
Ouvi os gritos aterradores
Toquei as feridas molhadas
Vi levarem meus companheiros
Para voarem no pássaro da morte!
Fala minha boca com sangue
Fala minha boca pelas feridas
De meus companheiros que pensaram
Em um mundo melhor
Mais justo
Justo é agora não esquecer
Não há esquecimento, não há perdão
Só justiça
Minha boca ferida, enquanto viva,
Falará deles e seguirá lutando
Com o sangue de minha boca construirei
Uma grande memória para a humanidade
Com o sangue de minha boca
Escrevo estes versos
Enquanto morro estando vivo
Dou fé frente a um escrivão
Como dou minha identidade
Eu estive alí
Poeta de Luna
Buenos Aires 15 de novembro de 2011
Traducción: Fúria do Mar
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